quinta-feira, 5 de março de 2009

Dia 10 – 04 de Março

A tempestade passou e, hoje de manhã, deparámo-nos com vistas de rara beleza, com toda a paisagem coberta de neve iluminada pelo sol, num céu sem nuvens.


Todas as plantas estavam cobertas por espessas camadas de neve gelada, os telescópios estavam cobertos de estalactites de gelo, o anemómetro da estação meteorológica estava bloqueado com gelo e todo o solo estava coberto por uma neve seca e macia.



O Teide e as paisagens circundantes brilhavam de branco intenso. Não havia vento, a temperatura era amena e a neve começava rapidamente a fundir-se.
Do alto dos telescópios desprendiam-se grandes blocos de gelo que se desfaziam no chão com estrondo.
As estradas estavam já abertas para o lado do Teide e de La Orotava, mas ainda estavam bloqueadas para La Esperanza.
Almoçámos na Residência e fomos até ao teleférico do Teide, na esperança de subir ao topo. Estava encerrado e, por isso decidimos ir subindo a pé. O caminho é bastante fácil até à altitude que atingimos – 2800 metros. Como só fomos depois de almoço não havia tempo para mais, mas a parte mais difícil ainda estaria para vir. Concluímos que uma subida até ao topo nos levaria, pelo menos, 5 horas. Se tivermos tempo e o teleférico estiver a funcionar, pensamos subir no teleférico e descer a pé.


As vistas, ao passo que se vai subindo, são magníficas. Aos 2800 metros tem-se uma visão fantástica em todas as direcções, com o observatório lá ao longe e abaixo e com o Teide, imponente, do lado oposto, e 900 metros acima.
De regresso ao observatório, encontrámos céu limpo, mas com tudo cheio de gelo.


Foi interdita a abertura das cúpulas devido ao gelo. Luis Carreira e José Ribeiro fizeram exposições longas para captar as ilhas de Gran Canária e de La Palma, sendo notória a diferença de poluição luminosa entre as duas ilhas, porqua na segunda vigora a Lei de Protecção do Céu.



A entrada da Casa Solar, bem como toda a área de estacionamento frente ao Mons, e estrada de acesso, estavam cobertas de uma camada de neve gelada e escorregadia. O Filipe ainda se estatelou no gelo, em frente ao Mons, enquanto lidava com o equipamento montado no exterior.
Como não havia autorização para usar o Mons, o Filipe e o Luís Carreira montaram o Taka 90, com a SBIG e fizeram belas imagens de Eta Carinae e de Centaurus A.



Agora esperamos que, na próxima noite, o céu esteja aberto e que as condições meteo permitam a abertura das cúpulas.

1 comentário:

  1. A estrada para La esperanza é muito boa em termos de piso, mas tem a desvantagem que é a que desce mais lentamente, ou seja, é a que tem a maior extensão de percurso exposta à neve.
    Subir o Teide de uma forma e descer de outra é algo complicado de fazer! Idealmente tem que se notificar o Parque Natural del Teide, e os guardas no parque têm que estar a par de que há "montaneros" por ali. O bilhete do teleférico, por omissão, é um bilhete de ida e volta, e as bilheteiras estão na base do teleférico. O tempo de espera varia entre 1 hora e algumas mais. A entrada e saída é controlada, e se faltar alguém eles entram "em pânico".. Uma vez lá em cima, tem-se um tempo limite para lá ficar e depois voltar (salvo erro é o tempo entre dois teleféricos).
    O teleférico não vos deixa mesmo no cume, mas para ir lá em cima é preciso ter autorização e conhecimento do Parque Natural ou então não ser apanhado enquanto se o faz. O guarda do parque que está lá em cima costuma andar de olho nos turistas; Ele é o primeiro a subir e último a descer.
    Por fim, a forma mais prática de saber se o teleférico está a funcionar ou de consultar esta e outras informações é no site do teleférico em http://www.teleferico-teide.com/
    A outra alternativa de ver se ele está a funcionar é apontar um telescópio para lá :)
    Bom turismo!

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