sábado, 7 de março de 2009

Dia 11 – 05 de Março

Hoje fomos visitar a sede do Instituto de Astrofísica das Canárias e comprar camisolas e camisetas com o emblema do IAC.
Fomos recebidos por Johan Knapen. Fez-nos uma visita guiada e ficámos a conhecer aspectos que não imaginávamos. Por exemplo, trabalham naquele instituto mais de 400 pessoas. Ali se desenvolvem projectos e se concebem e constroem equipamentos de vanguarda. Concebem-se e constroem-se praticamente todos os equipamentos do Gran Tecan.
Ficámos a saber que estavam a ser construídos dois telescópios, e vimos um exemplar pronto a ser transportado, a serem instalados no observatório de Teide, o CMB – Cosmic Microwave Background.
Tínhamos visto e ficado um tanto intrigados, duas antenas parabólicas a apontar para duas placas metálicas. Pois bem, trata-se de um equipamento experimental para estudar a radiação cósmica de fundo – o mesmo objectivo do CMB.




O telescópio Mons que estamos a utilizar nesta missão é propriedade do IAC. A missão foi aprovada porque continha uma importante componente científica. Foi-nos explicado que uma missão com a duração de 4 meses só pode ser aprovada se tiver uma perspectiva de trazer algo de novo e importante, como se espera que sejam os resultados desta missão.
Os custos da utilização do telescópio e todo o apoio operacional são suportados pelo IAC.
Qualquer telescópio instalado no perímetro do observatório terá, obrigatoriamente 20% do tempo reservado para cientistas espanhóis, política que fez com que Espanha tenha hoje uma posição de liderança no domínio da astrofísica. Fica ainda 5% do tempo reservado a programas internacionais.
Depois fomos almoçar a uma tasca que encontrámos no fim de uma estrada sem saída, mesmo à beira mar, tasca com características hoje impossíveis de encontrar em Portugal. É um património que, por interesses ou políticas duvidosas, foi lamentavelmente destruído. Soube bem comer um peixe acabado de pescar à nossa frente, que não conheceu nem veterinário nem frigorífico, ouvir um fado só porque éramos portugueses, ou uma morna cabo-verdiana porque o proprietário lá tinha trabalhado. A tasca chamava-se Café Criolu.


Depois foi a noite de astronomia. Conseguimos capturar os espectros das estrelas HD 14134, HD42087 e HD60848. Fizemos “flats”, como preparação para a WR 140, e ainda iniciámos a captura de espectros. Mas o tempo não colaborou. Uma longa faixa de nuvens altas que se estendia desde Cabo Verde até às Canárias cobriu o céu e não foi possível completar o objectivo da noite.
Tem sido um tanto frustrante o número de noites impróprias para a astronomia. Os relatos diários que temos feito são reflexo da situação meteorológica que temos tido. Esperemos que a próxima noite nos permita, pelo menos, fazer os espectros da WR140

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